terça-feira, 31 de julho de 2012

A certeza da fé e a sua razão



O que é fé?

"Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos."  Hebreus 11:1

Será que a fé é uma coisa boa?
Depende. É importante saber que a fé não é fruto de "adivinhação", nem é algo irracional. Não estou querendo racionalizar Deus, eu vou chegar lá.
Hoje vi uma pequena discussão onde se tentava levar um ateu a acreditar em Deus. De certa forma eu entendo e até concordo com este ateu, vou explicar por que.
Pensemos em nós mesmos, quando ainda não críamos em Deus (não críamos em sua existência ou Nele da forma que hoje cremos). As pessoas falavam de Deus para nós e, como surdos conformados nos negávamos a reconhecer ao Senhor. Muitos de nós podem ter passado vários anos nesta situação até que algo aconteceu. Talvez alguém tenha dito algo, talvez não, mas foi diferente. Desta vez algo foi suficiente para refazer nossa forma de pensar. Algo nos provou que estávamos errados. Daí então, a fé passou a fazer sentido, o irracional se tornou algo racional e passamos a crer em algo que não vemos, passamos a ter certeza de algo que criou morada em nosso coração. Mas algo aconteceu para isso, não foi uma fé irracional porque, de fato, motivos racionais (para nós, talvez não para outros) nos convenceram. Neste sentido é que eu disse que concordo: como vou exigir que alguém creia em Deus da forma que eu creio se esta pessoa não tem uma experiência que prove para si mesma tal coisa? Estaria eu, depois de tanto lutar contra o que considerava louco, e depois ser convencido, exigindo que outra pessoa tivesse uma opinião (uma certeza!) sem motivo, uma fé "burra"? Apenas explicando, quando eu falo de experiência, não estou falando necessariamente de algo sobrenatural (a fé é um dom e o convencimento do Espírito é algo sobrenatural, mas falo como homem). Pode muito bem ser uma cura, um milagre, uma profecia cumprida, mas pode ser também um sonho noturno (eu considero sonho comum pois sonho todo dia), pode ser uma palavra, um discurso, uma troca de idéias, um olhar para a natureza que manifesta a Deus por si só ou simplesmente uma sensação inexplicável dentro do peito capaz de provar que Deus é real e presente. Claro, todos nós somos indesculpáveis pois "os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos" (Salmos 19:1) e "desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas" "Romanos 1:20" . Não estou justificando o ateísmo, afinal "diz o tolo em seu coração: "Deus não existe"." (Salmos 14:1a). Vou chegar onde eu quero.

Pensemos no maior exemplo que eu poderia dar: Jesus Cristo. Um messias estava prometido por Deus, através dos profetas, para "libertar seu povo" (não vou entrar em detalhes quanto a isso pois meu foco agora é outro). Entretanto, antes, durante e depois da vinda de Jesus, o messias prometido, apareceram muitos outros que diziam ser o Cristo prometido. Alguns destes carregaram multidões, levando-as ao engano, através de uma fé em algo que não era verdadeiro. Então, por que quando Jesus apareceu os seus creram nele? Pois os milagres que ele realizava, suas palavras verdadeiras de confronto e conforto e seu caráter íntegro provaram que Ele vinha de Deus. Sua diferença era prova irrefutável de quem ele era. Então, por fé, muitos creram, como Pedro que lhe declarou "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mateus 16:16), sendo-lhe dito depois que esta revelação não vinha de homens mas sim de Deus. Da mesma forma para mim, antes já crendo na existência de Deus, mas não crendo segundo a forma que hoje o conheço, Deus deixou de ser algo que me falavam para se tornar algo que eu vivo, quase tão palpável quanto o chão, mesmo que eu não o veja e nem o sinta com meu tato, mas ouço sua voz em meu coração, sinto sua presença e o vejo no meu dia-a-dia. Minha fé tem um firme fundamento segundo o que eu vivo, e eu vivo pela minha fé.
No final das contas, o que eu quero dizer não é cessar a pregação, de forma alguma! A pregação também serve como prova para muitos. Admiro por exemplo o Willian Craig que através de argumentos naturais coloca medo nos mais renomados ateus da atualidade. Cada um considera para si provas diferentes, e o convencimento através de argumentos é válido (somos humanos, é assim que funciona). O que quero dizer é que não podemos apenas exigir que outras pessoas tenham uma fé sem que antes tenham um motivo (reconhecido por si própria) para ter fé. Estou defendendo que se prove o que se fala. Provas não são experimentos científicos, como alguns pensam, provas são razões suficientes para que se acredite que algo é verdadeiro. Se vamos discutir/debater, façamos com bons argumentos. Se for de outra forma, que seja de outra forma, utilizando dons dados por Deus segundo Sua vontade, vivendo uma vida íntegra e reta, em amor (pois essas coisas são prova de Deus na vida de um cristão), sendo prudentes, pacientes, mansos, sábios, misericordiosos... no final das contas, resumindo muito bem resumindo, sendo cristãos na forma bíblica da coisa, vivendo o que cremos para que nossas vidas provem tanto quanto nossas palavras, e para que pregando a outros, não venhamos também nós a ser reprovados. Assim estaremos dando às pessoas motivo sólido para crer em algo verdadeiro, e não somente exigindo uma crença sem requisitos racionais, pois muitos que agem assim acabam seguindo doutrinas das mais loucas e se perdendo (e respondendo à primeira pergunta do post).
E por fim, agir respeitando a fé alheia (até onde deve ser respeitada, claro) e compreendendo que um dia também estávamos perdidos na nossa falta de fé, até que um milagre mudou nossa racionalidade.


Uma boa música que penso ter muito a ver com a postagem, curtam e aproveitem:

http://youtu.be/GI1QrHlxO_s

2 comentários:

  1. Onde é que tem o botao curtir? rs
    Acho que você já percebeu que eu nunca entraria numa discussão desse tipo né?
    Algumas discussões são muito válidas, contudo, não adianta discutir com que acha que está certo ou com uma opinião formada.
    Certa vez, no metrô, vi três adolescentes conversando e dois deles estavam querendo enterrar na cabeça do outro ideias ateístas (creio que o outro era cristão). Me deu uma vontade muito grande de ir lá e falar muitas coisas, mas não fui. Fiquei no meu canto e orei. Pois não posso simplesmente jogar minhas ideias ou crenças na cabeça de todo mundo. Mas creio que muitos podem ver as obras que estou fazendo ou Cristo fazendo através de mim.
    E é bem verdade que muitos só passam a crer (ter fé) nesse Deus que amamos e buscamos andar com Ele quando seus "olhos são abertos". Então prefiro orar a discutir. Mas quando sei que a pessoa vai receber bem o que falei, não vai se ofender de modo algum e creio que o que vai ser dito vai levar a uma reflexão, eu falo e passo o dia todo falando, pois espero uma abertura pra plantar a semente (quando o agricultor vai plantar a semente, ele não joga sobre a terra, ele faz o que ele chama de valas ou buracos e as coloca dentro e depois fecha).
    Então, eu espero que as valas sejam feitas para plantar e quem rega e faz crescer é Deus!

    Nem sei se comentei o que comentei tem a ver. Tô com sono rs.
    Mas continua escrevendo e vivendo o que escreve, até que todos vejam um blogueiro realmente parecido com Cristo :D

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  2. Flávio, onde eu curto o seu coment!? rs

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