sábado, 23 de maio de 2015

Doutrina Católica vs. Protestante

A grande diferença entre o catolicismo e o protestantismo está na base de sua fé: protestantes tem somente a bíblia como base de fé, enquanto católicos aceitam a bíblia como base, mas acima dela, possuem o ensino e a tradição dos bispos da igreja. No protestantismo cada um é livre para ler os textos bíblicos e compreendê-los, enquanto na ICAR, embora todos possam lê-la (graças à reforma protestante), a interpretação ainda é restrita aos sacerdotes.
O grande problema entre as duas visões é muito simples de entender.
A fidedignidade bíblica não é questionada por nenhum dos lados, portanto não há muito o que se justificar quanto às escrituras nesse ponto. Mas vale lembrar que, relativo à igreja cristã, o novo testamento foi escrito na igreja primitiva por aqueles que foram diretamente escolhidos por Jesus, os apóstolos, e por outros que estiveram sob a bênção deles. Homens contemporâneos a Cristo, que realizaram muitos prodígios e sinais miraculosos para autenticar a mensagem que deixaram.
A bíblia, em especial o Novo Testamento, não foi escrito para bispos. As cartas paulinas foram escritas para serem lidas às igrejas destinatárias. Os evangelhos foram escritos para pregarem Cristo a outras pessoas, como o de Lucas, a Teófilo. Não há de se crer que a interpretação bíblica se restrinja a bispos porque os livros não foram escritos para bispos, e não há qualquer texto que ensine tal coisa. Ademais, os cristãos bereanos são elogiados por Paulo por não aceitarem o que ele lhes falava sem antes buscarem eles mesmos nas escrituras se assim procedia.
Tendo o mesmo livro como base de fé (com 7 livros a mais no AT da versão católica que não fazem muita diferença neste caso), o problema da igreja católica encontra-se na tradição da igreja, acima dos próprios textos bíblicos. Ora, se os dois fossem inerrantes, vindos de Deus, não precisaria haver sobreposição de um sobre o outro, pois não haveria contradição. Porém, ao longo da história e até os dias de hoje, diversos ensinamentos católicos vão de encontro aos ensinamentos bíblicos. É necessário que um deles se faça certo, e o outro se faça errado (ou, no mínimo, que os dois se façam errados, mas não é o caso). Questões como beatificação/canonização de santos, Maria como intercessora e digna de culto (mariolatria), intercessão pelos mortos, adoção de imagens de escultura, doutrina do purgatório, são questões que até os dias atuais são ensinadas e estão contrárias aos ensinamentos bíblicos.
Basta olhar para a história para ver que a igreja católica não contradiz apenas aos escritos bíblicos, mas também a si mesma. Uma pequena pesquisa sobre a vida e os ensinamentos dos antigos papas é suficiente para mostrar o modo como viviam, uma forma de vida condenada pela própria igreja. As diversas mortes durante a idade média, incluindo a perseguição aos protestantes durante a reforma, são exemplos onde a ICAR mudou de postura, mas a história não pode ser apagada. Se era infalível, por que errou? Se não é infalível, por que devemos confiar cegamente? Como prova maior da errância católica, o papa João Paulo II chegou a pedir perdão pela Inquisição, responsável pela tortura e morte de pessoas consideradas hereges. (Sem precisar mencionar o papa Francisco também ter pedido perdão pelo acobertamento da igreja a padres pedófilos). Como pedir perdão e declarar-se inerrante?
Por isso, entre confiar em uma instituição claramente falha, e confiar no livro que nos foi deixado pelos escolhidos diretos de Cristo, entre confiar em uma igreja com histórico homicida e confiar em um livro com histórico de transformar vidas, faço como os bereanos: leio e julgo, pois o que está em jogo é a minha própria alma e dela darei contas a Deus.

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